sexta-feira, agosto 21, 2009

A Evolução do Universo




Há 15 bilhões de anos, nosso universo começou com a maior explosão de todos os tempos.
O Universo expandiu-se, esfriou e escureceu.
A energia condensou-se em matéria, sobretudo hidrogênio, e os átomos de hidrogênio acumularam-se em nebulosas que afastaram-se umas das outras e, um dia, tornaram-se galáxias.
Dentro dessas galáxias, a primeira geração de estrelas nasceu, inflamando a energia oculta da matéria e inundando o Cosmos de luz.
Os átomos de hidrogênio geraram sóis e o brilho das estrelas.
Naquela época, não havia planetas para receber luz e nenhum ser vivo para admirar o esplendor dos céus.
Mas no interior das fornalhas estelares, a fusão criava átomos pesados de carbono e oxigênio, silício e ferro.
Esses elementos, as cinzas do hidrogênio, foram a matéria-prima para o surgimento da vida.
Inicialmente, eles estavam presos no interior das estrelas, mas as grandes estrelas logo esgotaram seu combustível e, em sua agonia, devolveram parte de sua substância ao espaço.
O gás interestelar foi enriquecido com elementos pesados.
Na Via Láctea, a matéria do cosmos foi reciclada, formando novas gerações de estrelas ricas em átomos pesados, uma herança de seus ancestrais estelares.
E, no gélido espaço interestelar, grandes nuvens turbulentas foram capturadas pela gravidade e revolvidas pela luz estelar.
No interior delas, os átomos pesados condensaram-se na forma de poeira rochosa, gelo e moléculas complexas baseadas em carbono.
Seguindo as leis da física e da química, os átomos de hidrogênio deram à luz a matéria-prima da vida.
Em outras nuvens, conglomerados colossais de gás e poeira cósmica formaram novas gerações de estrelas.
Á medida que se formavam, surgiram ao seu redor pequenas condensações de matéria, minúsculos pedacinhos de rocha, metal, gelo e gás que se tornariam os planetas.
Neles, como nas nuvens, moléculas orgânicas formaram-se, a partir de átomos assados dentro das estrelas.
Nas poças e oceanos de muitos mundos, moléculas eram destruídas pela luz do sol e rearranjadas pela química.
Um dia, em meio a essas experiências naturais, surgiu uma molécula que, por acaso, conseguiu fazer cópias rudimentares de si mesma.
Com o passar do tempo, a reprodução ficou mais exata.
As moléculas eficientes faziam mais cópias.
A seleção natural entrara em ação.
Máquinas moleculares elaboradas tinham evoluído.
Lenta e imperceptivelmente, a vida tinha surgido.
Aglomerados de moléculas orgânicas evoluíram em organismos unicelulares, que produziram colônias multicelulares, cujas várias partes tornaram-se órgãos especializados.
Algumas colônias fixaram-se no leito oceânico enquanto outras nadavam livremente.
Os olhos surgiram, e o cosmos já podia enxergar.
Seres vivos avançaram e colonizaram a terra.
Os répteis reinaram por algum tempo, mas deram lugar a pequenos seres de sangue quente e cérebro maior, hábeis e curiosos em relação ao meio ambiente que os circundava.
Aprenderam a usar ferramentas, fogo e linguagem.
A matéria estelar, a cinza da alquimia cósmica, tinha adquirido consciência.
Somos um meio de o cosmos conhecer a si mesmo.
Somos criaturas cósmicas e sempre ansiamos por conhecer nossas origens, entender nossa conexão com o Universo.
Como surgiram todas as coisas?
Cada cultura do planeta desenvolveu sua própria resposta ao enigma proposto pelo Universo.
Cada cultura celebrou os ciclos da vida e da natureza.
Há muitas formas diferentes de ser humano.
Mas um Universo extraterrestre, ao examinar as diferenças entre as sociedades humanas, acharia essas diferenças triviais comparadas com as semelhanças.
Nós somos uma espécie.
Somos matéria estelar, recolhendo a luz das estrelas.
Nossas vidas, nosso passado e nosso futuro estão ligados ao Sol, à lua e às estrelas.
Nossos ancestrais sabiam que a sobrevivência deles dependia da compreensão do firmamento.
Eles construíram observatórios e aparelhos para prever a mudança das estações por meio do movimento celeste.
Somos todos descendentes de astrônomos.
A descoberta de que há uma ordem no Universo, de que há leis da natureza, são os fundamentos da ciência atual.
Nossa percepção do cosmos, de toda a ciência e tecnologia modernas, remonta às questões levantadas pelas estrelas.
Mesmo 400 anos depois, ainda não sabemos qual é o lugar que ocupamos no Universo.
A longa jornada rumo a esse conhecimento exige um respeito incondicional pelos fatos e uma grande admiração pelo mundo natural.
Johannes Kepler escreveu: “Não nos perguntamos por que os pássaros cantam, pois cantar para eles é um prazer, já que foram criados para isso. Da mesma forma, não devemos perguntar por que a mente humana luta para entender os segredos do firmamento. A diversidade dos fenômenos da natureza é tão grande e os tesouros que o céu oculta, tão ricos e tão perfeitamente dispostos, que para a mente humana, nunca faltará com o que se nutrir”.
Autor desse Artigo:
Jorge Antonio Cavallet - Parapsicólogo

Para saber mais:
Fonte: COSMOS de Carl Sagan
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